A Escola Paulista é o termo que se usa para definir uma parte da produção de arquitetura moderna no Brasil. Essa escola, como o próprio nome já diz, tinha sua principal atividade no estado de São Paulo, e era formada por um grupo de profissionais que tinham como líder o arquiteto João Batista Vilanova Artigas (fig. 1), que aliás, nós eu já fiz uma biografia em meu canal do YouTube.
A produção arquitetônica desse movimento começa a ganhar destaque a partir de 1950, no período do pós-guerra, e foi nessa mesma época, que surgiu na Europa o Brutalismo – uma vertente do modernismo que colocava vigas, pilares e outros elementos estruturais em exposição, tendo o concreto armado aparente como principal protagonista. De uma maneira bem simples, pode-se dizer que a Escola Paulista vai ser uma releitura do Brutalismo Europeu, só que aplicado dentro da realidade e do contexto brasileiro. Existem três características arquitetônicas que dizem muito sobre o que foi a escola paulista, são elas:
- Ênfase na técnica construtiva;
Para Artigas, os arquitetos desse período deveriam contribuir para o desenvolvimento nacional, e isso só poderia ser feito com a modernização técnica da construção civil, isso explica a presença de concreto armado e elementos pré-fabricados nesse movimento. É justamente nesse sentido técnico, que a Escola Paulista se diferencia da Escola Carioca, que era mais preocupada com as belas artes e com a criação de um modernismo à brasileira.
2. Valorização da estrutura;
Os edifícios desse movimento, assim como no Brutalismo Europeu, buscavam destacar a estrutura do projeto, principalmente os pilares e as vigas. Isso sem dúvidas gerava uma transparência sobre a forma com que o prédio foi construído, por outro lado, também apareceram muitas criticas relacionadas à estética de alguns projetos.
3. Adoção do concreto armado aparente;
A ideia do concreto aparente é deixar à vista o concreto puro, em seu estado mais natural e rudimentar, abdicando dos revestimentos e materiais de acabamento na parte externa da edificação.
Alguns projetos se destacam nesse movimento, como o Anhembi Tênis Clube, o Ginásio de Guarulhos, de Artigas, a Residência Tomie Ohtake, de Ruy Ohtake e recentemente o SESC 24 de Maio (Fig. 3), de Paulo Mendes da Rocha. É importante dizer que se o Ministério da Educação e Saúde (MES) é o edifício símbolo da Escola Carioca no Rio de Janeiro, a obra que marca a Escola Paulista em São Paulo é o edifício da FAU (fig. 4), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, projetado por Artigas.
Sendo assim, podemos resumir esse texto dizendo que a Escola Paulista foi uma corrente do modernismo brasileiro, que liderada por Vilanova Artigas, enfatiza a técnica construtiva, valoriza a estrutura, e assim como no Brutalismo Europeu, faz um forte uso do concreto aparente em sua arquitetura.
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Bibliografia:
1. Escola Paulista. Itaú Cultural. Disponível em: < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo8817/escola-paulista >. Acesso em: 29 de Março, 2020.
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