A Escola Paulista é o termo que se usa para definir uma parte da produção de arquitetura moderna no Brasil. Essa escola, como o próprio nome já diz, tinha sua principal atividade no estado de São Paulo, e era formada por um grupo de profissionais que tinham como líder o arquiteto João Batista Vilanova Artigas (fig. 1), que aliás, nós eu já fiz uma biografia em meu canal do YouTube.

João Vilanova Artigas, arquiteto, autor do projeto do edifício da FAU (1969).

A produção arquitetônica desse movimento começa a ganhar destaque a partir de 1950, no período do pós-guerra, e foi nessa mesma época, que surgiu na Europa o Brutalismo – uma vertente do modernismo que colocava vigas, pilares e outros elementos estruturais em exposição, tendo o concreto armado aparente como principal protagonista. De uma maneira bem simples, pode-se dizer que a Escola Paulista vai ser uma releitura do Brutalismo Europeu, só que aplicado dentro da realidade e do contexto brasileiro. Existem três características arquitetônicas que dizem muito sobre o que foi a escola paulista, são elas:

  1. Ênfase na técnica construtiva;

Para Artigas, os arquitetos desse período deveriam contribuir para o desenvolvimento nacional, e isso só poderia ser feito com a modernização técnica da construção civil, isso explica a presença de concreto armado e elementos pré-fabricados nesse movimento. É justamente nesse sentido técnico, que a Escola Paulista se diferencia da Escola Carioca, que era mais preocupada com as belas artes e com a criação de um modernismo à brasileira.

Fig. 2. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de Affonso Eduardo Reidy.

2. Valorização da estrutura;

Os edifícios desse movimento, assim como no Brutalismo Europeu, buscavam destacar a estrutura do projeto, principalmente os pilares e as vigas. Isso sem dúvidas gerava uma transparência sobre a forma com que o prédio foi construído, por outro lado, também apareceram muitas criticas relacionadas à estética de alguns projetos.  

Fig. 3. SESC 24 DE MAIO, de Paulo Mendes da Rocha.

3. Adoção do concreto armado aparente;

A ideia do concreto aparente é deixar à vista o concreto puro, em seu estado mais natural e rudimentar, abdicando dos revestimentos e materiais de acabamento na parte externa da edificação.

Alguns projetos se destacam nesse movimento, como o Anhembi Tênis Clube, o Ginásio de Guarulhos, de Artigas, a Residência Tomie Ohtake, de Ruy Ohtake e recentemente o SESC 24 de Maio (Fig. 3), de Paulo Mendes da Rocha. É importante dizer que se o Ministério da Educação e Saúde (MES) é o edifício símbolo da Escola Carioca no Rio de Janeiro, a obra que marca a Escola Paulista em São Paulo é o edifício da FAU (fig. 4), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, projetado por Artigas.

Fig. 4. FAU-USP, de Vilanova Artigas

Sendo assim, podemos resumir esse texto dizendo que a Escola Paulista foi uma corrente do modernismo brasileiro, que liderada por Vilanova Artigas, enfatiza a técnica construtiva, valoriza a estrutura, e assim como no Brutalismo Europeu, faz um forte uso do concreto aparente em sua arquitetura.

Bibliografia:

1. Escola Paulista. Itaú Cultural. Disponível em: < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo8817/escola-paulista >. Acesso em: 29 de Março, 2020.

Assista também o nosso vídeo do YouTube:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *