“Não é a linha reta, dura e inflexível, feita pelo homem, que me atrai. O que me chama a atenção é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, nas margens dos seus rios, nas nuvens do céu e nas ondas do mar. O universo está cheio de curvas, um universo de Einstein.”
Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer foi o maior nome da arquitetura brasileira do séc. XX. É considerado o braço direito da chamada Escola Carioca, e até hoje suas curvas em concreto armado tem feito dicipulos ao redor do mundo.
Nascido no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, no dia 15 de dezembro de 1907, Oscar Niemeyer entrou em 1929 para a Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro (Atual UFRJ). Durante seu período de estudos, trabalhou de graça como estagiário no escritório de Lúcio Costa em busca de aprendizado e conhecimento. Terminou seus estudos no ano de 1934 formando-se engenheiro-arquiteto – na época ainda não existia uma separação entre as profissões. Dois anos mais tarde foi designado para colaborar no projeto do Ministério da Educação do Rio de Janeiro ao lado do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Em 1940, Niemeyer teve a oportunidade de conhecer o então prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek, a partir deste momento, Oscar daria início a uma parceria que no futuro teria como resultado a nova capital do país. Foi por meio de um convite feito por JK que Niemeyer realiza seu primeiro grande projeto, o Conjunto da Pampulha, formado pela Igreja da Pampulha (fig.1), um Cassino, e a Casa de Baile (fig. 2).
Niemeyer e eu somos os últimos comunistas desse planeta.
Fidel Castro (BBC Brasil, 15 de Dez. 2007).
Em 1947 participou do Comitê Internacional de Arquitetos que projetou a Sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Em 1956, a convite do então Presidente da República Jucelino Kubickek, realiza vários projetos para a cidade de Brasília, que viria a se tornar a 3ª capital do Brasil no dia 21 de abril de 1960. Dentre os vários projetos feitos na capital, destacam-se o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Itamaraty, o Congresso Nacional, a Catedral, a Praça dos Três Poderes, o Superior Tribunal Federal e o Teatro Nacional. Após a construção de Brasília, Niemeyer trabalhou como coordenador da Escola de Arquitetura da Universidade de Brasília (UNB). Em 1963 foi nomeado membro honorário do American Institute of Architects (AIA) nos Estados Unidos.
Durante o regime militar de 1964, Niemeyer foi para a França e trabalhou nesse país por cerca de 20 anos. No final da década de 70 já com o fim da ditadura, Niemeyer volta ao Brasil e retoma suas atividades como arquiteto. Em 1988 recebeu em Chicago nos Estados Unidos o maior prêmio da Arquitetura Mundial, o Pritzker.
Oscar também foi nomeado membro honorário do Royal Institute of British Architects (RIBA), no ano de 1989 na Inglaterra. Em 1996 recebeu o “Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza” por ocasião da VI Mostra Internacional de Arquitetura. Em 2005 recebeu o título de “Patrono da Arquitetura Brasileira”, concedido pela Câmara dos Deputados de Brasília. Em 2001, Niemeyer foi agraciado com o título de Arquiteto do Século XX, do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Esses são apenas alguns prêmio que esse carioca recebeu durante toda a sua vida como profissional da arquitetura.
Pouca gente sabe, mas além de arquiteto, Oscar fez esculturas, mobiliários, gravuras, desenhos e ainda escreveu livros. Sua obra é extensa, possui mais de 600 projetos em todo o mundo, foi e continua sendo um dos maiores representantes da arquitetura moderna da história. Sempre teve como característica principal o uso do vidro assim como do concreto armado em suas construções.
Oscar Niemeyer Ribeiro Soares Filho faleceu no Hospital Samaritano, no Botafogo, Rio de Janeiro, no dia 5 de dezembro de 2012.
Meu trabalho não tem importância, nem a arquitetura tem importância para mim. Para mim o importante é a vida, a gente se abraçar, conhecer as pessoas, haver solidariedade, pensar num mundo melhor, o resto é conversa fiada.
Oscar Niemeyer
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Referências:
1. Biografia Oscar Niemeyer [1907 – 2012]. ArchDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-77626/biografia-oscar-niemeyer-1907-2012>. Acesso em: 14 de Junho, 2018.
2. A Vida é um Sopro. Direção e Produção de Fabiano Maciel. Brasil, 2007. Disponível em: <https://www.fnac.pt/Oscar-Niemeyer-A-Vida-e-um-Sopro/a39572#>. Acesso em: 14 Junho, 2018.
3. GLANCEY, Jonathan. 2003. The Story of Architecture. DK. London, UK.
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