Esse texto faz parte de uma série de seis artigos que falam única e exclusivamente sobre as ordens clássicas (Fig. 1) e sua importância para a arquitetura ocidental. Nos próximos cinco estudos vou trazer uma análise profunda e detalhada sobre as seguintes ordens: Dórica, Jônica, Coríntia (de caráter Grego), Compósita e Toscana (de caráter Romano). Nessa introdução vou apresentar alguns conceitos básicos que servem de base para o estudo do tema, que aliás, não é tão simples como parece.
As ordens clássicas foram criadas por Gregos e Romanos e tiveram por muito tempo um papel coadjuvante – para não dizer inseparável – na arquitetura antiga. Sendo assim, é de fundamental importancia que todo arquiteto entenda produndamente essas cinco ordens que são literalmente os pilares daquilo que é chamado de arquitetura ocidental.
Para começar o estudo vale a pena pensar na seguinte pergunta: O que é uma ordem no sentido arquitetônico do termo? A resposta é simples: Um conjunto de regras e padrões que definem uma edificação em termos de estética e estrutura. No decorrer da história existiram grandes historiadores e intelectuais que dedicaram parte de suas vidas escrevendo tratados que abordam justamente leis, regras e padrões na hora de se pensar um projeto. Os dois maiores nomes são bem conhecidos no mundo acadêmico, Vitruvio, famoso arquiteto romano que viveu no séc. I a.C, e o italiano Andrea Palladio, renascentista que viveu no séc. XVI, juntos esses dois escreveram duas “bíblias da arquitetura” apresentando métodos, práticas e ferramentas para se atingir um edifício com a chamada “gramática arquitetônica”. Vitrúvio, considerado por muitos o maior historiador de arquitetura de todos os tempos, vai dizer que:
“As ordens vieram propiciar uma gama de expressões arquitetônicas, variando da rudeza e da firmeza até a esbelteza e a delicadeza. No verdadeiro projeto clássico, a seleção da ordem é uma questão vital – é a escolha do tom”
[1]
Existem basicamente três elementos responsáveis por compor uma ordem, a coluna, o capital (objeto que se encontra na extremidade da coluna) e o entablamente que se encontra acima do capitel. Entender cada característica que compõe uma ordem é de extrema importância na vida de todo arquiteto e amante da arquitetura pois cada uma delas era usada para diferentes tipos de edificação assim como para diferentes funções. Também não se pode ignorar o fato de que até hoje essas ordens são usadas por muitos arquitetos contemporâneos para a construção de museus, tribunais, teatros, prédios de caráter político e até mesmo casas populares (Fig. 2) – como na Inglaterra e no Reino Unido de maneira geral.
O objetivo principal desta série é educar um público leigo e universitário que busca esse tipo de conhecimento seja para fins acadêmicos ou intelectuais. Para as pessoas que desejam um melhor aprofundamento no tema, deixo aqui como indicação três livros extremamente ricos sobre o assunto:
1- A Linguagem Clássica da Arquitetura, John Summerson;
2- Como Decifrar Arquitetura, Carol Davidson;
3- How to read a building, Timothy Brittain-Catlin.
Assista o vídeo introdutório no YouTube:
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Bibliografia:
- SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006. Cap. 1, pág. 12.